sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Como assim, INES ameaçado?

Oi, pessoal, estou reativando o blog, mas meu papel aqui será outro. Minhas piadinhas têm timing e o twitter tem dado conta delas. Sob a arroba @podemudar, falo do meu umbigo e um pouco além.

Com tantos IFs em greve, por que falo especificamente do INES? Porque é um instituto dedicado à educação de surdos. E há poucos grupos que sofram mais preconceitos e preconceitos mais profundos na nossa sociedade.

O problema começa já na primeira infância. Implante coclear ou LIBRAS? E nos casos em que o implante não ajuda, o que fazer? Tentar oralizar a criança de alguma forma? LIBRAS?

Eu, particularmente (e outros, é claro – não inventei a roda – mas o assunto é polêmico), sou defensora do uso de LIBRAS e do ensino de português escrito. Estava eu procurando textos sobre a situação específica do INES e não encontrei, mas achei esse artigo e, nele, a seguinte passagem destacada “A LIBRAS é trazida como elemento constituidor dos surdos na relação com outros surdos e na produção de significados a respeito de si, do seu grupo, dos outros e de outros grupos”

É precisamente esse o intuito do INES, como vocês podem ver aqui, de ministrar as aulas em LIBRAS e português como segunda língua, de forma que os alunos possam usar LIBRAS cotidianamente, mas não sejam excluídos por não saber o português escrito. Esse tipo de trabalho realizado na escola tem tudo pra dar muito certo e ajudar muita gente. Ao invés de suprimir, é algo que deveria ter em toda cidadezinha desse país. Digo ainda que é mais importante do q sair fazendo universidade, pra dar educação de base de qualidade pra uma minoria e aí sim esses cidadãos poderem chegar à universidade.

Esse é um textinho preliminar. Escrevo mais quando tiver mais informações e tempo (mestrado e doutorado pressionando).

Edit 1: Pelo que soube por fonte confiável, tentar fechar o ensino básico do INES vem desde o começo do ano. Como isso não tá circulando?

4 comentários:

Letícia disse...

Muito legal!

Kronno disse...

Ficou muito bom! Simples e direto =) Vou ver se consigo pensar em algo útil pra postar também...

Ísis disse...

Sempre fui a favor de que o ensino de LIBRAS fosse oferecido na grade do ensino básico de qualquer escola. Não sei se o implante coclear é oferecido pelo SUS, mas, se não for, é enorme o número de pessoas que acabariam excluídas da sociedade simplesmente por falta de condições financeiras. Sem contar os casos em que ele não funciona, como a ausência do nervo auditivo (imagino).

Amanda disse...

Sim, Ísis. Anão vou lembrar agora onde, mas tem cidades do interior de SP nas quais os pais devem assinar um termo de compromisso dizendo que a criança não aprenderá LIBRAS pra ter acesso ao implante.

É que, como o INES sempre defendeu a inclusão - mas propiciava um caminho para a mesma - começaram a achar q podiam sair metendo a criança surda em qquer escola e ela vai "se incluir". Td errado, viu?